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12.05.2023

Novo relatório Born Too Soon é divulgado em Conferência Global na África do Sul

Nos dias 8, 9, 10 e 11 de maio de 2023, na Cidade do Cabo (África do Sul), aconteceu a "Conferência Internacional para a Saúde Materno Infantil" (IMNHC 2023), organizada pela AlignMNH, com o objetivo de revisar o progresso global no tema e fomentar colaboração e inovação para garantir que mães e recém-nascidos não apenas sobrevivam, mas se desenvolvam e prosperem.

AlignMNH é uma iniciativa financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates em colaboração com a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAid) e visa acelerar o progresso na saúde materna e neonatal e prevenir natimortos em todo o mundo. A IMNHC, que terá edições bianuais a partir desta, foi projetada para que as comunidades globais pudessem compartilhar experiências, apresentar novas evidências e reunir esforços acerca do cuidado com mães e bebês, sempre guiadas pela Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU) e seus Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A Conferência reuniu mais de 1.500 participantes do mundo todo que, durante 4 dias intensos de painéis e palestras, compartilharam estratégias para melhorar a sobrevivência materna e neonatal. O lema do evento foi "isso não é um momento, é um movimento", além de reforçar que precisamos estar sempre JUNTOS: alinhando juntos, acelerando juntos, salvando vidas juntos.

Na ocasião também foi lançada a nova edição do relatório "Born Too Soon", da Organização Mundial de Saúde (OMS) e UNICEF. Denise Suguitani, diretora executiva da ONG Prematuridade.com, co-autora e membro do Grupo Consultivo da OMS que elaborou o documento, participou do painel de lançamento que ocorreu na quinta-feira, dia 11 de maio, 3o dia do evento, ao lado da Dra Joy Lawn (London School of Hygiene & Tropical Medicine, LSHTM), Dr Bo Jacobson (International Federation of Gynecology and Obstetrics, FIGO), Dra Nahya Salim (Muhimbili University of Health and Allied Sciences, Tanzania) e Merette Khalil (Your Egyptian Doula, Egito), mediados pela jornalista Mercy Juma (BBC Quênia).

Mais de uma década após o primeiro relatório, mais de 70 organizações em mais de 45 países, incluindo a ONG Prematuridade.com e sua parceira na Europa, a EFCNI, trabalharam juntas para desenvolver uma versão atualizada do documento, com dados que reforçam a urgência da agenda global voltada ao cuidado materno infantil, coloca as comunidades afetadas, mulheres, bebês e suas famílias no centro das políticas públicas e destaca experiências exitosas que inspiram ainda mais progesso. Uma dessas iniciativas, em destaque na nova edição, é brasileira: é a ampliação da licença maternidade para trabalhadoras cujos bebês precisam ficar internados após o nascimento, conquista na qual a ONG Prematuridade.com esteve diretamente envolvida. Além disso, o relatório traz diversas fotos de famílias do Brasil, registros comoventes de pele a pele com bebês prematuros, feitos pela pediatra e neonatologista Dra Gláucia Galvão, da Maternidade Odete Valadares (Belo Horizonte, MG).

Vale mencionar que outras duas alianças globais, das quais a ONG Prematuridade.com faz parte, e que estiveram diretamente envolvidas no fato da voz das famílias ter sido ouvida na construção desse documento: a GLANCE(Global Alliance for Newborn Care) e a PMNCH(Partnership for Maternal, Newborn & Child Health), iniciativa da OMS.

De acordo com os dados compilados, a taxa de nascimentos prematuros no Brasil apresentou queda: de 12% em 2010, passou para 11,1% em 2020. O país é também um dos 10 que apresentou mais rápida taxa de redução de prematuridade na última década, juntamente com República Tcheca, Áustria, Brunei Darussalam, Cingapura, Espanha, Holanda, Dinamarca, Hungria e Suécia. Estes países reduziram suas taxas de parto prematuro em mais de 5% entre 2010 e 2020, no entanto, é importante observar que isso equivale a uma redução média de apenas cerca de 0,5% ao ano. O território brasileiro aparece ainda como o segundo país com maiores taxas de cesarianas, que representam mais da metade dos nascimentos (55,7%), ficando atrás apenas da República Dominicana (58,1%).

“Os dados apresentados neste documento são de extrema importância para o Brasil e para o mundo, pois, além de mostrarem iniciativas que deram certo e as conquistas que vieram com elas, também nos obrigam a refletir e agir para criar e implementar estratégias de maior e mais rápido impacto no cenário da prematuridade, visto que ainda há muito a avançar quando se trata de garantir sobrevida e qualidade de vida para mães e bebês, em especial para os prematuros” ressalta Denise.

Sobre a diminuição da taxa de partos prematuros no Brasil na última década, Denise pontua que é algo a ser comemorado sim, mas com parcimônia. “Ficamos felizes em ver o quanto políticas públicas efetivas e o engajamento da sociedade civil fizeram a diferença nesse contexto nos últimos dez anos, mas ainda há muito a avançar, especialmente em relação a ações de prevenção, como educação sexual, planejamento reprodutivo e acompanhamento pré-natal”, fala Denise. Para Denise, a participação no evento sul-africano e a apresentação do trabalho feito no país na defesa dos prematuros e suas famílias “é uma oportunidade valiosa de colocar o Brasil no mapa da luta por melhorias nesse contexto, além de aprender com a experiência de outros países e unir forças para ações ainda mais efetivas”.

O relatório está disponível no link: https://borntoosoonaction.org/

 

Agradecemos à nossa parceira, Sanofi, por possibilitar a participação da ONG Prematuridade.com no evento.

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