Notícias

Notícias

15.11.2020

14 de novembro: Dia Mundial do Diabetes

Dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Combate ao Diabetes. Esse dia foi criado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF sigla em inglês) para conscientização sobre os problemas associados à doença, destacando o papel importante de prevenção e controle.

Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue. Normalmente, ocorre devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, o qual é produzido no pâncreas. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que possa ser aproveitada para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta, portanto, no acúmulo de glicose no sangue, chamado de hiperglicemia.

Quando o diabetes se apresenta no recém-nascido prematuro, também devemos considerar a imaturidade nos mecanismos reguladores, pois o organismo pode ainda não estar com seus sistemas hormonais completamente preparados. Os recém-nascidos muito pequenos, prematuros, principalmente ao que se refere aos nascidos com menos de 1.000g, apresentam risco 18 vezes maior de hiperglicemia, isso comparado aos nascidos com peso superior a 2.000g.

É importante também diferenciar o Diabetes Mellitus neonatal de outras causas de hiperglicemia nos prematuros. Causas essas, que incluem infecção, estresse, produção inadequada de insulina pancreática, entre outros. Em todos os casos, o monitoramento constante dos níveis glicêmicos e o tratamento medicamentoso mostram-se eficazes no controle da hiperglicemia.

A causa mais comum da hiperglicemia neonatal é a iatrogênica, que está relacionada a mutações específicas de certos genes, causando alterações que ocorrem no DNA do recém-nascido de forma inadequada. São provocadas normalmente, por infusões de glicose muito rápidas durante os primeiros dias de vida em recém-nascidos de muito baixo peso ao nascimento (< 1,5 kg). A outra causa importante da hiperglicemia no recém-nascido prematuro é o estresse fisiológico ocasionado por cirurgia, hipóxia, síndrome do desconforto respiratório ou sepse. Neste caso, apenas são reduzidos os volumes e a velocidade das infusões, normalizando os níveis de glicose no recém-nascido.

A forma transitória geralmente ocorre entre os prematuros, nestes casos, é uma causa rara auto limitada, que também pode ser causada por alguns fatores variáveis, como administração de corticóides, por exemplo. A hiperglicemia é menos comum do que a hipoglicemia no neonato, mas é de extrema importância que se tenha total atenção, pois é justamente a hiperglicemia que aumenta a morbidade e a mortalidade das doenças de base. Nestes casos, a hiperglicemia tende a desaparecer no primeiro ano de vida, mas durante o período da doença ativa é necessário o tratamento com medicamentos orais e insulina. Após este período, essas crianças também possuem um risco maior de desenvolver o Diabetes tipo 2.

Quanto ao Diabetes gestacional, somente 20% das gestantes precisam fazer a aplicação da insulina para regular os níveis de glicose no sangue. Neste caso, não há riscos nem para a gestante, nem para o bebê.

No caso da mãe já portar o Diabetes antes da gravidez, ela deve planejar sua gestação juntamente com o obstetra e endocrinologista, pois quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no útero da mãe, há maior risco de desenvolver obesidade e diabetes no futuro. Além disso, ele pode sofrer crescimento excessivo (macrossomia fetal), dificuldades no parto e hipoglicemia neonatal.

Os sinais e sintomas do diabetes neonatal, quando se apresentam, normalmente são: Fome inexplicável, choro ao terminar a mamadeira oferecida no volume habitual, querer beber água do banho ou sugar a toalha molhada, a necessidade de trocas mais frequentes de fraldas, fraldas com maior volume de urina e perda ou ganho insuficiente de peso.

O diagnóstico no prematuro é realizado através de testes de glicose no soro. Achados laboratoriais adicionais podem incluir glicosúria e hiperosmolaridade sérica acentuada.

O tratamento é realizado através de insulina de ação rápida. Dosagens ajustadas pela equipe médica, considerando as variáveis de cada caso. As respostas à insulina são imprevisíveis, e é extremamente importante monitorar os níveis de glicemia e titular a taxa de infusão da insulina cuidadosamente. Também devem sofrer reposição os líquidos ou eletrólitos perdidos por diurese osmótica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GROSS, Jorge L. et al . Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 46, n. 1, p. 16-26, Feb. 2002 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000100004&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Nov. 2020. https://doi.org/10.1590/S0004-27302002000100004.

PRECIADO, Lina Marcela Laverde et al . Perfil clínico de pacientes con diabetes gestacional e incidencia de complicaciones neonatales en un centro de referencia materno-fetal colombiano. Rev. chil. obstet. ginecol., Santiago , v. 85, n. 3, p. 210-220, jun. 2020 . Disponible en <https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0717-75262020000300210&lng=es&nrm=iso>. accedido en 10 nov. 2020. http://dx.doi.org/10.4067/S0717-75262020000300210.

https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/tipos-de-diabetes

por Suelen Verch Pinheiro Gomes, FADERGS/2020

Compartilhe esta notícia

Histórias Reais

Veja histórias por:

Receba as novidades

Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que acontece no universo da prematuridade.