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23.12.2016

A chegada de um bebê prematuro e o renascimento de uma família

Este vai ser o segundo Natal com Pedrinho. No último 25 de dezembro, ele estava com 17 dias de nascido. Cabia na palma da mão. Hoje, ele está em casa com os pais e os irmãos, ainda pequenino se comparado a uma criança de um ano. E nesse tempo de vida, passou cinco meses em primeira internação na UTI e outro um mês somando duas reinternações. Nesse fim de ano, as brincadeiras e as pequenas conquistas do menino fora do ambiente hospitalar animam a família a retomar as celebrações de fim de ano.

A gestação foi longe de ser tranquila. Começou com sangramento e repouso no primeiro mês. Na 18ª semana (quinto mês), o líquido amniótico foi perdido. Aos 38 anos, a mãe, a contadora Ana Maria Escobar, rezou para manter a gravidez até onde conseguisse. Os médicos falavam em curetagem e nas poucas chances de a criança suportar, mas ela esperava chegar à 26ª semana. No entanto, os batimentos cardíacos do bebê enfraqueceram na 23ª semana (sexto mês). Foi hora de nascer.

Os primeiros meses de vida foram de turbulências na família. A proximidade entre o pai e a mãe, abalada na gravidez, foi restabelecida pela criança. Problemas também vieram entre Ana Maria e os dois filhos mais velhos, Sarah, 17, e Ian, 14. “Eu passei a viver para o Pedrinho. E quando trouxemos ele pra casa, ele não podia estar exposto a quem tivesse uma gripe, tivesse as mãos sujas. Minha reação era afastar os meninos, e isso foi muito difícil para eles”, relembra a mãe. Agora, o menino é o xodó da casa. E Sarah é quem ajuda a fazer com que ele sorria para as fotos.

A fragilidade do bebê prematuro exige cuidados maiores. Até agora, o pulmão de Pedrinho não tem maturidade para funcionar sozinho. Por isso, foram três meses respirando através de tubos, três dias com máscara (CPAP nasal) e o resto do tempo com cateter nasal. Sem tempo de formação adequada dos vasos sanguíneos que alimentam a retina, ele teve de tomar injeções para evitar a cegueira. E uma cirurgia cardíaca foi necessária para o fechamento do canal arterial, um movimento que o corpo da criança tem mais dificuldade em desempenhar se for muito prematura.

“Ele vai demorar mais a falar, sentar, engatinhar, andar. Ele vai poder ir à escola e viver com muitas crianças ao mesmo tempo quando tiver com uns sete anos”, explica a mãe. Por enquanto, ela vibra com as respostas dele à fisioterapia e aos dias de brincadeira na areia da praia. Mesmo tendo nascido há um ano, o desenvolvimento dele é comparado ao de um bebê de oito meses. Para os médicos, a idade é corrigida incluindo o tempo que ele teria para completar a formação no ventre.

Prematuros extremos

Por estarem mais longe do nascimento a termo, no período considerado normal, os prematuros extremos têm maiores riscos de sequelas, explica a neonatologista Francielze Lavor. Uma delas é a hemorragia intracraniana, que pode gerar prejuízos no desenvolvimento neuropsicomotor. Fatores que se manifestam de forma diferente em cada bebê. “O mais importante é a participação da família nesse processo e o relacionamento com a equipe médica. Criar vínculos com a criança é positivo para o desenvolvimento”, orienta. (Thaís Brito)

Fonte da notícia: O Povo (notícia original publicada em 18/12/16)
(Foto: Mateus Dantas) 

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