

26 de Fevereiro de 2025
Meu milagre
Oi, meu nome é Gabriela e eu tenho 28 anos, sempre sonhei em ser mãe. O início da minha gravidez foi um misto de sentimentos e emoções. A felicidade de um sonho realizado, junto com o medo de não conseguir dar conta de tudo (faculdade, trabalho e uma gestação). Mesmo com todos os pensamentos sobre o futuro e planejando cada detalhe, eu e o papai do Miguel brilhávamos de felicidade. No dia 13/01/2024 eu fui ao hospital, com náuseas e muita falta de ar. O que achei que seria só uma ida ao hospital para ser medicada e retornar para a minha casa, foi um dos momentos mais difíceis de toda a minha vida. Para a minha surpresa estava com a pressão alta. Fui internada no mesmo dia, mas a pressão não estabilizou. Fui diagnosticada com pré-eclâmpsia, sendo necessário ir para uma cesárea de emergência. Com 30 semanas, era tudo o que eu não queria que acontecesse. Miguel nasceu no dia 14/04/2024 pesando 1.130 e medindo 39 centímetros. A nossa luta para viver começou nesse dia.
Tive síndrome de hellp e fui direto para UTI (com hematoma hepático no fígado, água no pulmão e falência renal), uma luta que durou 41 dias, sem conhecer o meu filho (fui transferida para outro hospital devido a gravidade). O papai o acompanhou todos os dias, era o único homem fazendo o papel que geralmente é da mãe na neo natal e se dividindo entre dois hospitais para conseguir cuidar de nós dois. Após me recuperar, conheci o meu menino e ao vê-lo eu senti uma força e uma vontade de viver, poderia enfrentar o mundo por ele. Miguel ficou um mês entubado, não teve aleitamento materno, ocasionando dificuldades na aceitação do leite (mamãe comprou diversas mamadeiras, porque no copinho ele tinha muita dificuldade) tomou 4 bolsas de sangue para conter a anemia. E após vencer essa luta, teria mais uma pela frente, Miguel foi diagnosticado com retinopatia da prematuridade grau 4, tendo descolamento de retina no olhinho esquerdo. Foi realizado duas cirurgias a laser e o diagnóstico era de grau 4, sendo o 5 descolamento de retina (cegueira em ambos os olhos), mas Deus fez o milagre e hoje ele pode ver o mundo!
Mesmo com todas as dificuldades e diagnósticos, e com a ausência da mãe. Após 3 meses o meu menino teve alta. O Miguel não desistiu de viver e me fez ser forte e lutar pela minha vida por ele! Hoje está com 10 meses, em acompanhamento médico (Reabilitação visual e motora), é um menino feliz e sorridente. Ouvi de muitos médicos que a síndrome de hellp leva a mãe ou o bebê e eu tive o quadro mais grave da doença, mesmo Miguel passando 3 meses internado, ele venceu! Jesus esteve conosco em cada momento.


