17 de Outubro de 2025

Meu milagre: Clara

Meu milagre começou em fevereiro de 2025, quando descobri a gravidez após vários diagnósticos de infertilidade. A gestação foi tranquila, sem intercorrências, e a previsão de parto era outubro de 2025. Porém, devido a uma infecção silenciosa, minha pequena guerreira veio ao mundo em junho de 2025, com 26 semanas e 4 dias (6 meses e meio), pesando apenas 905 gramas. Foi um susto enorme! Ver aquele serzinho tão frágil, com ossos quase aparentes, olhinhos roxinhos, lutando para sobreviver, foi emocionante e assustador ao mesmo tempo.

Imediatamente após o nascimento, ela precisou ser entubada e sedada, permanecendo assim por muitos dias. Depois, passou para respiração via CPAP, em seguida por cateter e, finalmente, conseguiu respirar em ar ambiente. Foram, ao todo, 55 dias de muita luta na UTI Neonatal, entre aparelhos, sondas, medicamentos e soros. Víamos nossa filha apenas através de um vidro, sem poder tocá-la; segurá-la no colo era uma raridade.

Vivemos um dia de cada vez: um dia boas notícias, no outro nem tanto; um dia ela ganhava 20 gramas, no outro perdia 35. Entre os apitos constantes dos aparelhos e intercorrências, acompanhávamos o sofrimento de outras mães, mas a certeza de que Deus não desampara ninguém nos dava forças.

Minha pequena precisou aprender a respirar sozinha, a se alimentar, a crescer e engordar. Cada dia que terminava era uma vitória, com a certeza de que, um dia, a teríamos em nossos braços. E hoje, após um período tão difícil e desafiador, minha filha está em casa, bem e saudável.

A você, mãe de UTI, que está com seu bebê no hospital: creia e tenha fé! Fique com seu bebê sempre que puder, ore, converse, cante e diga o quanto ele é amado e especial — isso faz muita diferença! A luta de uma mãe de UTI é silenciosa e solitária; muitas vezes, precisamos sorrir com vontade de chorar, mas você vence! Nunca se esqueça disso.

Saiba que sempre terá aqui uma mãe que reza diariamente pelas mães e bebês de UTI, porque só quem já passou por isso sabe o quão doloroso é. Deus abençoe!