21 de Outubro de 2025

Meu milagre

Olá, meu nome é Sergiane. Sou a mãe do milagre Théo.

Costumo dizer que o Théo é o meu segundo milagre — o primeiro foi eu ser mãe, pois eu não podia ter filhos. Depois de 12 anos, veio esse presente de Deus.

Comecei a passar muito mal, mas como eu não podia ter filhos, nem pensamos nessa possibilidade. Passando mal direto, fui para o hospital. Lá, fiz a ultrassom e descobri que já estava grávida de 3 meses! E o Théo só ficou mais três meses.

O Théo nasceu de 24 semanas e um dia. Fui fazer uma consulta de rotina com a mesma ginecologista e falei com ela que estava com dor embaixo da barriga. Ela disse que ia me examinar. Ao fazer o toque, viu que eu já estava com 10 de dilatação! Já saí do consultório médico indo para o hospital da minha cidade, que iria me transferir para o hospital que tinha UTI neonatal. Chegando no hospital, fiquei esperando a dor do parto e a bolsa romper para ele então nascer. Como eu não senti tudo do parto, a bolsa já tinha rompido, e os médicos decidiram fazer o parto por volta das 23 horas, no dia 17 de novembro — dia Mundial da Prematuridade. Eu nem sabia desse mundo antes do meu filho nascer.

Théo nasceu de 24 semanas e um dia, com 600g. Depois sofreu, perdeu peso... Lá na UTI eu aprendi a viver um dia de cada vez, a aproveitar cada momento da visita que eu tinha com meu filho, porque eu não sabia se no outro dia eu poderia vê-lo. Só quem é mãe de UTI sabe como é. Não tem como explicar a dor, o medo e, ao mesmo tempo, a fé que move montanhas e nos ajuda todos os dias a nos manter de pé.

Foram 146 dias de muita luta, de muito choro, de dor e de medo — mas nunca perdi a minha fé em Deus, que era maior que tudo. Foram muitas intercorrências: ele ficou entubado por longos dias e passou por todos aqueles procedimentos que sabemos que uma criança dentro de uma UTI enfrenta.

Mas, de tudo isso, o mais difícil para mim foi quando eu trouxe meu filho para casa. No terceiro dia, com ele nos meus braços, ele olhou para mim e o pescocinho dele caiu. Eu comecei a balançar ele naquele desespero e vi que o meu filho estava sem vida. Saí correndo pedindo ajuda, pedindo a Deus: “Pelo amor de Deus, não leva o meu filho!”

Saímos correndo para o hospital. Chegamos com ele sem vida. No hospital, ele teve uma parada, mas conseguiram reanimá-lo. Fomos transferidos para outro hospital, aguardando vaga novamente para internar na UTI. Foi difícil, foi uma luta contra a vida. Ah, se não fosse Deus para soprar o fôlego de vida até encontrar essa vaga!

Tivemos que entrar na justiça. Eu, dentro do hospital, agradeço a Deus por todos os médicos e enfermeiros que fizeram os documentos para eu assinar lá dentro, para que a gente pudesse entrar na justiça e salvar a vida do meu filho.

Não tem dor pior para uma mãe do que sentir a dor da impotência — de não poder fazer nada. A não ser usar a fé e acreditar no Deus que pode tudo.

E hoje, graças a Deus, meu filho está vivo e bem.
Quero deixar uma mensagem para você, mãe de UTI: confie em Deus, deposite sua fé n’Ele, porque Ele é Deus de milagre. Ele ainda opera milagres. Creia no Senhor!

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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