

06 de Agosto de 2013
Isadora: a pequena guerreira
“Passei por uma gestação extremamente difícil. Tive descolamento de 40% da placenta quando estava com 9 semanas. Desde então, tomei Dactil e Progesterona até 34 semanas. Isso além de tomar o Vonal, visto que tive uma baita hiperemese gravídica até o final de minha gravidez. O acompanhamento da Doutora Renata foi excepcional, fiz um pré-natal com 11 consultas até a 34a semana.
Já havia sido alertada que meu líquido amniótico era baixo e que deveria estar sempre atenta. Sentia muita dor e passava parte dos meus dias vomitando. Na semana em que completei 35 semanas, vomitei muito e, quando passava mal, sentia um líquido escorrendo pelas minhas pernas. Pensava ser xixi. Fui ao médico a semana inteira e eles me afirmavam que não estava perdendo líquido.
Na sexta-feira, dia 11, fui trabalhar, mas não estava agüentando de dor. Fui ao Pronto Socorro, medicada com Buscopam e liberada. Cheguei em casa e falei para o meu marido que nossa bebê não passava daquele final de semana. No sábado, fiz um ultrassom de rotina, e foi ali que me apareceu um anjo: a Doutora Ana Maria.
A mesma que me orientara anteriormente, dessa vez me orientou a sair dali e ir direto para uma maternidade: ILA 4. Meu bebê não estava bem! Voltei para casa preocupada, mas não desesperada. Terminei de arrumar minhas coisas, passei na minha mãe, tomei um lanche e fui com meu esposo para a maternidade. Chegando lá, passei com a médica, mostrei meu ultrassom e ela me disse que não havia com o que se preocupar, pediu que eu voltasse no outro dia para repetir o ultrassom e solicitou um cardiotoco. Fui feliz da vida ouvir o coração da minha pequena Isadora. Meu marido já havia ligado para a família para tranqüilizá-los.
Comecei a ficar preocupada quando o enfermeiro entrou na sala perguntando se eu estava sentindo o bebê mexer. Disse que sim, para mim estava tudo normal. Ele chamou a médica, que conversou comigo e disse que o coraçãozinho dela estava desacelerado. Fiquei fazendo um exame de 10 minutos por exatamente 1 hora, estava de frente com um relógio, possivelmente me lembre até os segundos. Comecei a ficar apavorada quando entraram três médicas perguntando se havia histórico de cardiopatas na família. Que eu soubesse, ou me lembrasse naquele momento, NÃO!!!
Uma das médicas, a qual seu rosto ficou marcado para sempre na minha lembrança, falou que tinha que tirar o bebê, minha pequena estava com bradicardia severa. Nesse momento comecei a chorar, estava desesperada, minha tão esperada Isadora estava morrendo. Meu marido ligou para nossas mães e subi para sala de cirurgia, eram exatamente 20h. Não permitiram que meu marido assistisse o parto, e eu só fazia chorar. Às 20h18min, escutei um miadinho, o anestesista me falou que ela era linda. Isadora nasceu de 35 semanas, com 2,740kg e 46cm. Agradeci a Deus e pedi pela saúde da minha pequena.
Levaram-na direto para a UTINeo, nem pude ver seu rostinho. Ela ficou entubada por 7 dias, teve seqüências de bradicardia e arritmia. Também tomou banho de luz, devido à icterícia. Com 8 dias, pude pegá-la no colo, foi no mesmo dia em que ela abriu seus lindos olhos azuis pela primeira vez. Foi, com certeza, um dos dias mais emocionantes da minha vida. Com 13 dias de vida, pude amamentar e sentir nossos laços ainda maiores. Com 15 dias ela foi pra casa. Com dois meses, ficou 8 dias internada devido a uma bronquiolite. Mas hoje, com 4 meses, está linda e saudável. Minha pequena guerreira!”

Ana Paula, mãe da Isadora


