

14 de Outubro de 2025
Doce Angelina
Meu nome é Estephani, e essa é a história do dia em que o impossível se tornou realidade. Eu já estava internada no Hospital São Francisco, em Americana, lutando contra uma pré-eclâmpsia que colocava em risco a minha vida e a da minha filha. Foram dias de medo, de orações silenciosas e de uma força que eu nem sabia que existia dentro de mim. No dia 14 de fevereiro de 2024, os médicos me disseram que precisariam fazer uma cesárea de emergência. A Angelina estava em sofrimento. Meu coração disparou — eu sabia que ela ainda era muito pequena, frágil demais para o mundo aqui fora, mas ao mesmo tempo eu sabia que ela precisava nascer para ter uma chance. Quando a tiraram de mim, por um segundo o tempo parou. Eu não pude tocá-la. Eles me mostraram a minha filha enrolada em um saquinho, para manter a temperatura do corpinho que pesava apenas 590 gramas.
Era tão pequena, mas tão perfeita. Ali, eu entendi o que era o amor mais puro e o medo mais profundo ao mesmo tempo. A Angelina nasceu com 25 semanas, e foi direto para a UTI neonatal. Eu fiquei ali, entre lágrimas e fé, acompanhando cada notícia, cada sinal de vida, cada mínimo avanço.
Foram quatro meses inteiros dentro daquele hospital — dias que pareciam nunca acabar, noites em claro, conversas com Deus e momentos em que tudo o que eu podia fazer era acreditar. Minha mãe esteve ao meu lado o tempo todo. Ela foi meu alicerce, minha força quando eu desabava, minha voz quando eu não conseguia mais falar. E então, depois de tantas lutas e orações, veio o dia que parecia um sonho: o dia da alta.
A minha pequena guerreira saiu da UTI com 1,8kg, sem sequelas, saudável, pronta pra viver o que a vida tinha guardado pra ela. Naquele dia, quando finalmente pude levá-la nos meus braços pra casa, eu entendi o verdadeiro significado da palavra milagre. A Angelina é a prova viva de que Deus existe, ouve e age — às vezes silenciosamente, mas sempre no tempo certo. Hoje, cada olhar dela é um lembrete de tudo o que passamos e vencemos juntas. Ela é minha força, meu motivo, meu presente. E toda vez que penso naquele pequeno saquinho que a envolvia no início da vida, eu sorrio com o coração — porque agora ela está aqui, crescendo, vivendo, e me mostrando todos os dias que o amor de mãe move o impossível.


