

04 de Abril de 2023
Anjinhos Ísis e Helena
Meu nome é Aline tenho 26 anos, meu sonho sempre foi ser mamãe. Comecei meu processo de FIV em 2021 e em 2022 recebi meu tão sonhado positivo, com cinco semanas descobrimos que eram dois, eu estava tão feliz que nada poderia me deixar triste.
Foi quando eu fiz 22 semanas e comecei a sentir dores de contração, fui para o PS e lá descobri que estava em trabalho de parto, foram 8 horas de trabalho de parto entrei no hospital às 18 horas no dia 17 de setembro de 2022 e quando foi 2 horas da manhã, a bolsa de uma das minhas filhas (Ísis) rompeu. A dra disse que ainda tínhamos chances, porém eu teria que ficar internada e de repouso absoluto. Aguentamos até 30 de setembro, foi quando Ísis e Helena nasceram!
Ísis nasceu com 580g teve diversas paradas cardíacas e Ísis foi muito forte ela aguentou por 12 horas, Helena nasceu com 590g ficou na neonatal por 24 dias, lele teve anemia e alguns outros probleminhas de prematuros, todo dia era uma montanha russa de emoções e após 3 dias tomando o leitinho, descobrimos que ela tinha obstrução intestinal. Foi aí que meu mundo começou a desabar, sabíamos que teria que fazer uma grande cirurgia, ela teve que suspender o leite, mas eu continuei indo ao lactário para fazer doações, pois queria muito que a minha filha pudesse tomar, mas que se Deus não permitisse eu estaria ajudando outros bebês.
Era muito dolorido sentimentalmente, pois queria muito que a minha filha tomasse, mas ao mesmo tempo, Deus me dava sinais de que de alguma forma, toda aquela dor poderia se tornar a alegria de alguém. Helena foi ganhando peso, ficando forte mesmo só com a alimentação parenteral que chegou a 800g. As médicos falaram que estava na hora dela fazer a cirurgia, ela realizou a cirurgia e após o procedimento cirúrgico descobrimos que ela tinha muitas perfurações no intestino e foi retirado grande parte do mesmo. Ela saiu da cirurgia forte, chegou a acordar, segurar meu dedinhos, mas conforme o passar dos dias o rim dela foi parando de funcionar e no quadro que ela estava a única coisa que os médicos me disseram é que não tinha o que fazer.
Então eu fiquei ao lado dela a devolvi para Deus, meu coração dói, não tem um dia que eu não sinta saudades e peça para Deus dizer para elas o quanto eu amo minhas filhas Ísis e Helena. Foi o amor mais lindo, mais puro e gratificante que eu já senti em toda a minha vida. Não tenho palavras pra descrever este amor e este sofrimento, mas elas me ensinaram a ser forte e corajosa assim como elas foram, então eu sigo, mesmo com o coração destruído! "Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o senhor, o seu Deus, estará por onde você andar ".
Hoje após 6 meses de todo esse acontecimento, posso dizer a todos vocês, que sou uma outra mulher, mais madura, aprendi a ter mais empatia com outras mulheres, pois compartilhamos muitas vezes a mesma dor. Eu não tinha ideia do que era ser mãe de uti neonatal e pude conhecer muitas histórias parecidas com a minha, histórias de dor, de superação. Espero um dia ter uma história não só de dor para contar mas de superação, meus sentimentos de viver um sonho interrompido ainda me machucam muito, mas eu acredito e tenho muita fé que Deus não me abandonou e sim me consolou então seguimos. Nem todas as histórias tem o final feliz que imaginamos, mas passamos por tudo que precisamos para conseguir uma evolução!


