04 de Novembro de 2025

A história do pãozinho de queijo

Davi nasceu no dia 23/06/2025, com apenas 27 semanas.

De início foi tudo tranquilo: parto normal, nasceu chorando, batimentos e saturação ok. Depois de umas fotos, foi levado pra UTI Neonatal, onde passou os 4 meses seguintes.

Lá teve hemorragias no cérebro de grau I, desenvolveu broncodisplasia pulmonar, teve várias infecções e contraiu sepse. Fez uma artrite séptica que deixou o joelhinho todo inchado e com muita dor — Davi gritava só de encostar no joelho dele. O inchaço se espalhou pelo corpo, Davi ficou irreconhecível de tão inchado.

Com as tentativas de extubação, ele ficava sem oxigênio. Juntou isso e as infecções, o pulmãozinho dele ficou muito grave e, com isso, Davi desenvolveu uma lesão no cérebro grave. Davi convulsionava na Neo e ninguém percebia. Nisso, o quadro dele se agravou tanto que ele foi transferido pro CTI Pediátrico no dia 12/10/2024.

Lá, Davi convulsionou várias vezes, teve infecções graves. As médicas me orientaram a me preparar pro pior, pois seria a qualquer momento... Davi recebeu um diagnóstico de morte e, caso sobrevivesse, teria 15 sequelas diferentes e seria uma criança vegetativa.

Assim que conseguiram estabilizar ele, fizeram a TQT e a GTT pra dar continuidade ao tratamento do Davi. Pelo tempo que passou entubado e por conta da lesão, ele perdeu o reflexo de sucção e deglutição.

Com o passar do tempo, Davi não conseguia fazer a dieta pela GTT. Sua barriguinha ficava inchada, ele sentia muita dor e não fazia mais cocô. Raio-X, ultrassons... nada aparecia no exame, até que uma médica fez um exame de contraste e viu que tinha algo de errado.

Davi teve enterocolite necrosante, divertículo de Meckel e precisou tirar 15 cm do intestino. Achamos que ele não ia resistir...

Passado o tempo, Davi se recuperou, mas ainda não conseguia evoluir a dieta pela GTT. Um tempo depois, recebeu o diagnóstico de gastroparesia e DRGE. Mesmo fazendo todo o tratamento, ele não evoluía na dieta, mas, milagrosamente, a melhora veio e conseguimos evoluir a dieta pela GTT.

Davi seguiu evoluindo, mas por conta da gastroparesia e do refluxo, ele sempre vomitava e, com isso, voltou a ter convulsões — por causa da perda do anticonvulsivante que não ficava no organismo dele.

Nisso, o neuro juntou dois tipos de anticonvulsivantes em horários distintos e Davi nunca mais convulsionou. Durante os meses, ele evoluiu muito na parte motora, superou todos os diagnósticos e, depois de 457 dias de internação, tivemos nossa alta.

Davi está sob cuidados de uma empresa de homecare. Ainda é dependente de ventilação mecânica, mas, com um mês de alta, já fica em 4 apoios, sustenta o peso do próprio corpo, senta sozinho, tenta falar e evoluiu muito na parte motora com as fisioterapias — na fono também.

Hoje, um bebê PIG que recebeu o diagnóstico de morte está se preparando pra engatinhar, brinca, faz pirraça, adora um colinho e é o neném mais feliz da Terra.
Meu pãozinho de queijo é o nosso milagre fofinho.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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