

17 de Junho de 2011
Histórias Reais | Era uma vez dois pitocos: Tiago e Carol...
A história de hoje é muito, mas muito especial para mim. Tive a honra e a felicidade de ter feito parte dela e ter contribuído, de alguma forma, para a vida dessas duas figurinhas amadas.
O Tiago e a Carol são crianças muito especiais, nascidas numa família muito abençoada, que acabou conquistando a todos que conviveram com eles nos muitos dias de UTI Neonatal. Fico feliz em poder ter notícias deles até hoje, apesar do tempo e da distância. Eles estão cada dia mais lindos e espertos, curtindo cada minuto ao lado dos manos e dos pais.
À querida mamãe Norlaine, agradeço por compartilhar essa hitória conosco. Ao Tiaguinho e à Carol, meu desejo de que continuem cheios de saúde e alegria, sempre.
Leiam e se emocionem com este relato, cheio de altos e baixos, mas com um final prá lá de feliz!
"Contarei a estoria de dois pitocos, muito pitoquinhos, que nasceram com apenas 30 semanas de vida...
Na realidade, minha estória é de quatro filhos, todos prematuros. O primeiro de 35 semanas, por bolsa rota (quando a bolsa que contém o líquido amniótico se rompe, havendo perda do líquido e o nascimento do bebê), o segundo de 36 semanas por envelhecimento da placenta (onde comeca a faltar nutrientes para o bebê sendo melhor o ambiente externo do que o útero materno), e finalmente Carolina e Tiago com apenas 30 semanas.
Por já saber que minha gestação seria mais uma vez acompanhada de prematuridade, pela tendência apresentada nas outras gestações, também por ser uma gestação gemelar, desde o início tomei muitos cuidados, tentando fazer o mínimo de esforço possível. Com 24 semanas de gestação, foi constatado um super afinamento do colo uterino, indicando uma ruptura repentina e nascimento de bebês com chance de vida muito limitada, pela baixíssima idade gestacional.
Desde então meu repouso foi feito intensamente, totalmente na horizontal, durante aproximamente 6 semanas, sendo que no final o repouso foi feito no hospital, para uso de vários medicamentos para maturação dos pulmões dos bebês, como também para tentativa de prolongação da gestação.
Com 30 semanas, recém fechadas, a placenta do Tiago descolou do útero. Por estar já hospitalizada, todos os procedimentos foram feitos muito rápido, para que nada acontecesse com eles.
Eles foram levados diretamente a CTI neonatal. O nosso Tiago nasceu com 1.680kg, enquanto nossa Carol com apenas 1.450Kg. Eles eram muito pequenos, não estavam maduros totalmente para vir ao mundo.
Independente da Carol ser menorzinha, ela sempre se comportou muito bem para seu baixo peso, todos me diziam, ela é menina, menina amadurece mais fácil, e assim realmente se constatou.
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| A pequena Carol |
Em compensação, o Tiaguinho aprontou todas: apnéias intermináveis, quedinhas, refluxo gástrico, sustinhos e mais sustinhos. Não conseguiria relatar quantas centenas de vezes aquela maquininha de saturação de oxigênio apitava do lado dele, e mais uma vez a atenção era voltada a ele, a equipe de enfermagem precisava insistentimente lembrá-lo de respirar. Ele merecia muito cuidado. Os dias passavem e ele ganhava peso, mas quanto à parte respiratória não existia considerável melhora.
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| O fofucho Tiaguinho |
Nós, pais, sofremos muito com isso. Me lembro um dia, muito tarde, em que saí no corredor da CTI, pois a situação estava muito desgastante lá dentro, e li uma frase, de um relato de algum pai que também já havia passado por aquilo que estávamos passando, e uma simples frase me marcou muito, sempre me lembrarei. Dizia: "Muitas pessoas quando houvem falar em CTI neonatal acham que é algo muito ruim... mas a CTI neonatal é uma benção... com certeza sem ela, nossos pequeninos amores teriam chances mínimas de se desenvolverem."
Foram no total 52 dias de internação, todos esse dias foram pela grande imaturidade do sistema respiratoio do Tiaguinho, a Carol esperou muito por ele, mas ele lutou, teve ajuda de profissionais esforçados, capazes, carinhosos, determinados e tudo acabou, os dois conseguiram sair juntos do hospital, recebendo alta com mais de 2kg e quase 2 meses de vida.
E tudo passou... eles eram nossos, estavam ali conosco de verdade...
Em pouco tempo foram alçancando índices de bebês que nascem a termo. Hoje, com 11 meses, estão enormes, fofinhos, engatinhando, ninguém poderia dizer que essas crianças passaram por tudo aquilo.
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| Carol e Tiago |
Vale a pena acreditar e nunca desistir. Dias piores, dias melhores que passamos com eles lá, mas acaba e eles crescem e se torna somente lembrança."
Norlaine, mãe do Tiago e da Carol.





