28 de Abril de 2011

Histórias reais: a vitória da pequena Isadora Gutierres

"Nossa história é longa e cheia de obstáculos desde a 5 semana de gestação, mas nem por isso deixamos de estar ainda mais unidos para que venha ao mundo nossa princesa.

No dia 24/08/2010 com exatamente 32 semanas e 6 dias às 16:45 veio ao mundo uma guerreira chamada Isadora, que ao nascer não chorou e nasceu com muita anemia, pois a mamãe perdeu muito sangue durante toda gravidez, tive placenta prévia total e oclusa com acretismo.

Dei um beijinho nela e logo a levaram para UTI Neonatal, onde lá ela foi entubado e ficou em ventilação mecânica (respirando com ajuda), durante esse período ela passou por diversos procedimentos, fez transfusão sanguínea por duas vezes, ficou além da ventilação mecânica com óxido nítrico (outro aparelho que vasodilata o pulmão e ajuda a respirar melhor também), sondas, agulhas, injeções...muita dor para ela e para mamãe, que depois de ficar exatamente toda gravidez deitada, sendo últimos 3 meses sem sair da cama para nada, recebe no dia seguinte a notícia que deveria permanecer ainda mais um tempo de repouso pois tinha feito uma trombose venosa profunda muito extensa, sendo assim pouco ficava com ela.

      Mesmo com toda dificuldade e risco eu ia visitar minha guerreira todos os dias de cadeira rodas, pois eu ainda estava internada no hospital, procurava nos 5 minutos que conseguia ficar junto dela, levar-lhe amor, carinho, fé, confiança e com isso eu sabia que ela estava se fortalecendo. No meu caso o papai fazia papel da mamãe de 3 em 3 horas ia até lá ficar juntinho dela.
O prognóstico inicial não era nada bom, mas como tudo já vem escrito por deus, a pequena Isadora de 39cm e 1.735kg resolveu arrancar com 7 dias de UTI o tubo da boca em sinal de que não precisava mais daquilo, as médicas então deram a ela chance de observá-la com os outros tipos de oxigênio não invasivos foram seguindo os protocolos e ela foi evoluindo cada dia mais. Com 10 dias de UTI já pude pela primeira vez pegá-la no colo método mamãe canguru, maior emoção na há, tivemos que ir nos adaptando com amamentação, pois ela cansava muito mas sabia sugar super bem desde o primeiro contato com o seio, e com todas as minhas dificuldades de locomoção eu não deixei de mandar o meu leite para ela desde o início em que foi liberado para ela a alimentação, eu sempre tirava de 3 em 3 horas e mandava e quando podia descer e ela tinha sido liberada para mamar no peito eu ia com coração vibrando de tanta emoção, pois o maior gesto de amor é o aleitamento materno, excepcionalmente no caso dos bebês prematuros, pois eles vão ganhando uma força com nosso alimento que é essencial na alta da UTI.

     Com exatamente 15 dias de vida, cabeça raspada devido ao cateter, 1.800kg, 39,5cm e muita vontade de viver, nossa princesa subiu para quarto e passou uma noite com mamãe e o papai excelente, tanto que na manha seguinte tivemos alta do hospital e fomos enfim para nossa casa recomeçar a maior e mais forte história de amor de uma família que se uniu desde primeiro minuto de dificuldade e dor. Agradeço todos os dias à vida, aos meus dois filhos amados e iluminados, minha mãe que tava presente todos os dias e em especial ao meu marido que foi e é o maior companheiro que a vida podia me oferecer...!!!!!!!