20 de Outubro de 2023

Gêmeas prematuras, Laura e Diana

Hoje eu vim compartilhar com vocês um resumo da nossa história, demorou um pouquinho pois ainda estava me recuperando para conseguir falar.

Outubro de 2021 descobri que seria mãe de gêmeas de uma gestação Monocoriônicas/Diamniótica duas bolsas e uma placenta. Tudo correu bem até as 29 semanas de gestação quando comecei a sentir muitas dores fui ao hospital e me disseram qe era apenas uma infecção de urina que era super normal durante a gravidez me medicaram e eu fui para casa, porém as dores não passavam e durante a madrugada elas pioravam foi quando decidimos ir novamente para o hospital, chegando lá a médica de plantão achou estranho toda essa dor para uma infecção urinária e resolveu me passar uma ultrassom, fizemos a ultrassom logo pela manhã e não me falaram nada, apenas que iria ter qe ficar internada para poder ser avaliada por uma médica especialista em gestação gemelar.

Ali eu comecei a me desesperar, pq precisaria de uma especialista. Algo não está certo. Já estava há um dia e meio sentindo dor quando essa tal especialista chegou, fomos para sala de ultrassom novamente para ser avaliada por ela. O que ouvimos naquele momento fez o nosso mundo desabar ( eu vou ser muito honesta com vocês, existe 20% de chance delas sobreviverem fora da barriga e 0% se continuarem com a gestação ) a decisão era somente nossa é sim sem nem pensar optamos por uma cesária de emergência na qual havia chances delas sobreviverem. O que estava acontecendo com elas:Síndrome de Transfusão Feto Fetal (STFF) é uma doença da placenta. Afeta gestações Gemelares Monocoriônicas/Diamniótica onde a placenta é compartilhada entre os fetos, e o sangue passa desproporcionalmente de um bebê para o outro através da conexão de vasos sanguíneos por esta placenta compartilhada.

O feto que recebe mais sangue é chamado de “feto receptor” e o feto que doa mais sangue é chamado de “feto doador”. O fluxo desequilibrado de sangue através de canais vasculares que conectam os sistemas circulatórios de cada gêmeo através da placenta comum, chamamos de Síndrome Transfusão Feto-Fetal. O gêmeo doador desenvolve oligoidrâmnio (baixo líquido amniótico) e perde crescimento fetal, enquanto o gêmeo receptor desenvolve polidrâmnio (excesso de líquido amniótico), insuficiência cardíaca e hidropisia.vou deixar aqui uma imagem para entenderem melhor Nao tínhamos ideia da gravidade dessa doença.

Nasceram no dia 08/04/2022, foram direto pra uti neo natal.Laura (gêmea receptor) nasceu com a hidropisia (inchaço devido a quantidade de líquido na parte do pulmão ),Diana( gêmea doador ) já não estava mais desenvolvendo, ela nasceu com a cabeça bem torta e também com uma leve hidropisia. Ambas pensando 900g e 34 centímetros.Foram reanimadas com cafeína e a entubadas já no primeiro momento de vida. Um mês depois tiveram uma anemia bem forte, quando cheguei ao hospital estavam brancas como um papel, devido a isso tiveram que passar por uma transfusão de sangue. Eu estava presente segurando suas mãozinhas e observando como seus rostinhos estavam corando e ficando rosadinhos novamente conforme o sangue ia entrando em suas veias.

Estavam sendo furadas quase todos os dias para exames e mais exames, parecia um pesadelo sem fim como se eu estivesse dormindo e não conseguisse acorda daquilo e me sufocava todos os dias mais e mais. Eu tinha medo de ouvir o telefone tocar e ter uma notícia ruim, medo de algo acontecer e eu não estar do lado delas. Eu morria todos os dias um pouco quando o horário de visita acabava.

Após o processo de melhora começamos a batalha do ganho de peso, nossa como foi torturante, comemorávamos cada grama ganhada no dia e chorávamos com cada uma perdida também. Atingimos os 2100kg que precisamos para a tão sonhada alta, foi quando o telefone tocou e fomos surpreendidos com a notícia de que a Diana teve algumas paradas respiratórias devido ao vírus do covid (sim ela foi diagnosticada com covid), ficou mais 14 dias em isolamento tratando com antibiótico graças a Deus mais uma batalha vencida.

Logo após veio a tão sonhada notícia da alta, foi como se eu estivesse dado à luz novamente. Ficamos mais uma semana no quarto pois eu tinha que aprender toda a rotina delas, banho, medicamentos,elas fariam o uso de mais 12 medicamos por dia.

No dia 24/06/2022 elas tiveram alta do hospital exatamente no dia da DPP (data provável do parto data em que elas nasceriam ) como Deus foi maravilhoso ele nos fez ver que não faz nada por acaso tudo estava nos seus planos e sim tudo e no tempo dele e não no nosso, Laura e Diana são testemunhas de tamanha grandeza, tamanha misericórdia de Deus.

Hoje eu olho para elas e eu vejo o quanto elas são especiais o quanto foram fortes, tão pequenas mostraram tanta vontade de viver.

Hoje posso dizer com toda alegria do mundo que mesmo com todas a dificuldades que enfrentamos nós vencemos a prematuridade.

Relato enviado pela mamãe Geyssiane em 06/10/2022

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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