20 de Junho de 2025

Ana Luiza - o milagre que nasceu no silêncio

Mãe de dois filhos, eu já havia desistido da ideia de passar por mais uma gestação. Quando meu filho do meio tinha apenas nove meses, descobri que estava grávida novamente. Foi um choque. Estava ainda me recuperando do parto anterior e sabia que gestações tão próximas poderiam ser arriscadas.

Iniciei o pré-natal com a mesma obstetra que já havia me acompanhado. Fiz todos os exames, participei de cada consulta, e tudo parecia estar indo bem.

Mas, quando eu estava com 33 semanas, comecei a sentir fortes dores abdominais, dores nas costas, e um sangramento leve começou a aparecer. A médica suspeitou de um possível trabalho de parto prematuro. Fizemos exames — hemograma, imagens — e tudo indicava que estava normal.

Duas semanas depois, com 35 semanas, o sangramento aumentou. Era noite, eu estava desesperada. Comecei a chorar, tomada por um medo que crescia dentro de mim.

Mas o que me deixou mais em pânico foi perceber que Ana Luísa tinha parado de se mexer dentro da minha barriga.

Às 5 horas da manhã, mandei uma mensagem para minha obstetra contando tudo. E naquele momento, ela decidiu com firmeza: “Arruma suas coisas. Vai agora para o hospital. Vamos fazer a cesárea.”

Ela me recebeu, me preparou, tentou me acalmar. Mas dentro de mim, algo gritava. Um medo sombrio. Chorei muito, abracei meu esposo com força e, entre lágrimas, eu só dizia: “Se eu morrer, cuida dos nossos filhos.”

Fui levada ao centro cirúrgico. E quando a médica abriu minha barriga, a gravidade se revelou: meu útero estava se rompendo. Era isso que causava o sangramento. E, por conta disso, meu corpo havia parado de mandar oxigênio para a Ana.

Ela nasceu praticamente sem vida. Foi entubada ainda no centro cirúrgico. Os médicos lutaram para reanimá-la. Começava ali a nossa segunda grande batalha: 21 dias de UTI neonatal.

Ana Luísa nasceu com 2,9 kg. Era uma bebê forte, mas seus pulmões não funcionavam. Foram três tentativas de extubação falhadas. O coração quase parou. Alguns remédios fizeram efeito reverso. O pulmão começou a sangrar. Ela precisou receber bolsas de sangue.

Cada dia era uma luta. E eu só pedia: “Deus, não leva minha filha embora.”

E então, como em um toque divino, da noite para o dia, tudo começou a mudar. Ela reagiu. O tratamento funcionou. O milagre aconteceu.

Hoje, Ana Luísa está aqui. Forte, saudável, linda. Ela nasceu duas vezes. E essa é a história da sua luta… e da nossa fé.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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